Recebeu alta e foi para um quarto, onde dividimos o espaço com a Aninha* e sua mãe.
Enquanto a Bia subia e descia a escadinha para entrar na sua cama/berçinho do seu "novo quarto", eu não pude deixar de observar aquela situação:
A mãe da Aninha conversava com ela sobre qual DVD ela queria assistir agora, (estava bem próxima do seu rosto e era muito carinhosa com a criança),mas a Aninha não respondia.
Demorei um pouco para entender que ela tinha perdido os movimentos do pescoço para baixo, mas mesmo assim sua mãe conseguia interagir com ela.
A criança ficou vidrada ao ver a Bia e movimentava os olhos em sua direção, sorria, babava um pouco e gemia ruídos que só a mãe compreendia.
Depois de nos acomodarmos, as crianças dormiram e então começamos a conversar. Ela me perguntou o que a Bia tinha e eu lhe contei nossa história aos prantos.
Não me esqueço até hoje das palavras dessa mulher:
"Olha Andréa, lamento pelo que aconteceu com sua filha e longe de mim medir quem esta em situação pior. Mas, veja minha Aninha, ela caiu de uma escada (era minha mãe que cuidava dela enquanto eu trabalhava) e bateu a cabeça.
Estamos nesse hospital a 1 ano, perdi meu marido, minha mãe teve um ataque fulminante quando descobriu a situação de minha filha, abandoei meu emprego e vivo aqui com a minha filha, graças a doações.
Eu, assim como você, as vezes chorava... mas decidi que minha filha não precisa das minhas lágrimas e sim do meu sorriso.
Sorria mulher, sua filha "só tem diabetes! "
Muitas pessoas não entendem o quanto eu me conformei com o diabetes, mas depois desse dia, nossa família passou a tratar a Bia como uma criança normal, pois é isso que ela é, uma criança normal com uma doença crônica, mas que leva uma vida abençoada, graças a DEUS.
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