Um dia desses eu ouvi o seguinte comentário:

"O médico da UBS orientou não medir a glicemia do meu filho mais de 4 vezes ao dia, senão ele vai ficar com os dedos em carne viva."

Não sabia se eu ria ou chorava.
Que horror!... 














Eu acredito que "talvez" alguns profissionais deem essa informação devido ao limite de suprimentos fornecido pelo SUS. 

Mesmo que o médico prescreva, você terá que entrar com um processo para conseguir o total de suprimentos e eu particularmente vi pouquíssimos casos de sucesso. Isso quando não ocorre por tempo determinado.

Por esse motivo, acabamos aceitando e fazendo das "tripas coração" para conseguir entender a vida de um paciente diabético com tão pouco monitoramento.

Aqui em casa, todo mês nós complementamos o suprimento que falta, (através de doações ou comprando) e atualmente realizamos 7 medições de glicemia por dia, pulando apenas o café da manhã, que ocorre 3 horas após a primeira aplicação de insulina do dia. Através do monitoramente a médica explicou que com o uso da NPH, três horas após a aplicação, 98% das medições ficaram muito boas, com exceção de casos de gripes, infecções ou algum tipo de stress que você acaba percebendo a chegada nas medições anteriores.

Também tomamos os cuidados com o rodizio dos dedinhos, sendo que as medições enquanto a Bia dorme, são feitas no dedinho dos pés: 00:00, 03:00 e 06:00.

" Quando você descobre o DM1 em sua vida, tudo é novo e temos a sensação de que somos jogados em uma sala de aula, em um ambiente desconhecido, onde com o tempo você aprende a conviver, descobre as regras e consegue manter bons relacionamentos.

Nessa fase, a ajuda é sempre bem vinda, mas algumas informações erradas que chegarem até você, poderão modificar seus conceitos de forma equivocada - cuidado!

Como em uma sala de aula, você se empenhe e confirme as informações, descubra suas aptidões (o que você pode fazer de melhor no dia a dia do diabetes) , seus limites, seus verdadeiros amigos e nunca esqueça de conhecer a saída de emergência - você nunca sabe quando poderá precisar dela."


Eu procurei alertar essa mãe, a conversar com o endocrinologista da criança e se informar sobre um monitoramento maior, especialmente porque a glicemia da criança é totalmente desregulada e ele sobre muito com isso. É uma judiação e ele com 4 anos já tem sinais de que as sequelas estão a caminho.

Aqui, eu deixo um pouco da nossa experiência, e acredito que talvez ela possa te ajudar a entender o que você pode extrair de bom dessa ação.


Benefícios ao medir a glicemia regularmente:


1) Conseguimos identificar melhor as tendências de oscilação de glicemia;
(Exemplo: picos de insulina)

2) Descobrimos situações que podem elevar ou reduzir a glicemia;
(Exemplo: infecções e stress)

3) Contribuímos com os médicos, com informações importantes, que facilitaram a visão do médico em relação a Bia durante as consultas, favorecendo inclusive alterações no tratamento (dosagem ou tipo de insulina);
(Exemplo: Crescimento, alteração de peso, etc)

4) Hoje, conseguimos tirar de letra as festas e a convivência em grupo;

5) Aprendemos a conscientizar a Bia do que é certo e errado, aprendizado esse que com certeza ela levará para a vida toda.


Você não precisa ser um profissional da saúde para cuidar bem de quem tem diabetes ou da sua própria condição de diabético, você só precisa ser o melhor aluno desta sala de aula, tirar suas dúvidas, prestar atenção na orientação dos "professores" e se atentar as particularidades que cada um tem e que devem sempre ser levadas em consideração.



Veja também o artigo Frequência da automonitorização no link abaixo:

Fonte: http://www.diabetes.org.br/artigos-sobre-diabetes/impacto-da-frequencia-de-automonitorizacao-sobre-o-controle-glicemico-no-diabetes-tipo-1

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