Recentemente fui convidada para realizar uma palestra em uma escola, onde os casos de diabetes já atingem 15% dos alunos matriculados, com idade entre 7 e 12 anos. 

Como foi minha primeira experiência em falar para essa galerinha, resolvi começar descontraindo a turma e perguntei qual a primeira coisa que vem a cabeça deles quando eles ouvem a palavra diabetes e a respostas se resumiam em uma palavra: Sofrimento.

Aquele causado pelo uso de agulhas para picar o dedo e medir a glicemia, para aplicar insulina ou aquele causado por não poder comer coisas gostosas.


Procurei explicar a eles um pouco sobre como ocorre o diabetes e o que diferencia o tipo 1 do tipo 2. Também falei sobre a importância dos exercícios físicos, da alimentação saudável, da disciplina com os horários, e procurei mostrar que quem convive com diabetes pode não estar vivendo esse sofrimento, mas pode sim, estar sendo muito feliz.

Bia mostrando sua sobremesa
Neste dia, a Bia estava comigo e eles ficaram encantados com ela que espontaneamente falou que tem diabetes e do jeitinho dela, falou que não tem sofrimento não. 

Quando eles falaram sobre as agulhas, ela fez questão de mostrar a eles como medir a glicemia, e esclareceu que no inicio, as aplicações de insulina e furar o dedo incomodavam, mas que com o tempo ela se acostumou e que hoje não sente mais dor.

Na hora de falar sobre a alimentação, era justamente horário do lanchinho da tarde da Beatriz e propositalmente, eu tinha feito cupcake e pãozinho "doce", para compartilharmos o lanche juntos. 



Todos comeram e adoraram, dizendo não ser possível que tudo aquilo fosse diet. Mostrei algumas fotos da Bia comendo, como costumo fazer no blog e expliquei que todos os dias após as refeições, ela consome uma sobremesa, que varia entre bichinhos de gelatina, doce de abóbora, mamão, banana com canela, raspas de maça, mousse, gelatina com kiwi, morango, ou algo mais elaborado, que faço nos finais de semana: brigadeiro de frutas, bombom, beijinho de uva, enfim, opções magrinhas, saudáveis e deliciosas.

Procurei conscientizar sobre o perigo dos alimentos de fast food, doces industrializados, bolachas recheadas (mesmo na versão diet), do excesso de carboidratos, chocolates, das frituras, etc e depois da palestra tive a oportunidade de conversar com algumas crianças DM1, e elas foram unanimes em seu pedido:

Faz graçinha quando pedimos um pedaço
"Por favor, diga a nossos pais que podemos comer bolo, mousse e um monte de coisas gostosas."

Me emocionei com aquele tipo de pedido, peguei o telefone de todos e graças a Deus consegui fazer amizade com as famílias e tivemos a oportunidade de trocar muita informação, mas sei que existem outras das quais eu e você não temos acesso.

Elaborando com antecedência pratos bonitos, saudáveis e condizente com as necessidades do diabético, podemos ajuda-lo a ser mais feliz.


Sei que não é sempre que você encontra uma receitinha para diabéticos e por isso te faço um apelo, quando elas chegarem, compartilhe. Mesmo que ela pareça simples e que você já conheça. Ela pode chegar as mãos de quem precisa e as vezes sem perceber, você conseguiu ajudar mais uma pessoa a se alimentar melhor. Sinto que é minha obrigação compartilhar e ajudar o meu próximo.

Todos nós merecemos comer com prazer, manter nossa glicemia equilibrada e consequentemente, seremos mais felizes.

Conto com você!...

Resultado de imagem para familia unidaO ser humano é um ser social e desde cedo somos inseridos em grupos. No início são apenas pai, mãe e bebe, mas com o tempo, passamos a interagir com irmãos, avós, tios, cachorro, gato e através dessa interação, aprendemos, crescemos, criamos valores e evoluímos.

Todos nós, pais, mães, irmãos, avós, etc, temos sempre uma expectativa em relação a uma vida que se desenvolve. Qual será a primeira palavra, quando serão os primeiros passos, as primeiras festas de aniversário, o primeiro dia na escolinha, e tantos outros sonhos que nos permitimos sonhar.

O que ninguém esta preparado, é para a chegada do diabetes em nossas histórias.

São tantos sentimentos juntos: surpresa, preocupação, tristeza, raiva e até culpa... Sim, a culpa porque sempre nos perguntamos o que fizemos de errado. Cheguei a pensar que eu dava muito suco adoçado pra ela. Mas essa duvida é uma das mais comuns quando não temos informação.

Em nossa família, como em tantas outras, a chegada do diabetes trouxe muitas mudanças, que teve a Bia como personagem principal, mas também teve outros personagens:



Eu, meu marido, a irmã mais velha da Bia, os avós maternos e paternos, tios, tias, amigos mais chegados...acompanharam as nossas mudanças, que foram tantas... mas a principal delas foi a questão do planejamento.

Horários: Nos habituamos a nos alimentar de 3 em 3 horas.

Alimentação: Eu não faço bolo, doces, nem refeições separadas para a Bia, faço para todos em casa uma alimentação mais saudável e isso trouxe benefícios a todos.

Informação: Participamos de reuniões, palestras e tudo o que aprendemos, compartilhamos um com outro, para que esse conhecimento ajude a todos nós a entendermos melhor a doença.

Exames: Compartilhamos resultados muito positivos graças a mudança na alimentação.

Entreterimento: Hoje, nossos passeios são programados com antecedência, para que possamos nos organizar com o que vamos comer e com os horários da insulina. 
Exemplo: No cinema comemos pipoca, mas para não ter que tomar refrigerante de máquina (que não achamos confiável), compramos algo para levar, como: água, água de coco, suco e eventualmente um refrigerante diet. 

Festas e eventos: Sempre levo docinhos feitos em casa, bem animados e coloridos para não ter questionamento em relação a beleza dos "outros",mas quando acontece de ter algo diferente, sempre aviso a ela que vou aprender a fazer a versão diet em uma próxima oportunidade e monitoro o que vai consumindo, já que nesses eventos as pessoas costumam exagerar e isso não é um bom exemplo para quem tem diabetes.

No período de "lua-de-mel" com o diabetes, o paciente fica muito fragilizado, independente de sua idade, e a participação de todos é muito importante. Ser paciente, presente, não esconder nada, falar sempre a verdade e estar disposto a ajudar, contribuem para que o indivíduo amadureça e se torne mais forte. 

Resultado de imagem para bullyingNa família, o diabético busca apoio, segurança, suporte emocional, afetivo, compreensão e tudo mais o que precisa. Traze-lo de volta ao convívio com outras pessoas é muito importante, mas esse indivíduo precisa estar preparado para o que pode encontrar. Algumas crianças chegam a sofrer bullying, por isso é importante conversar e identificar caso haja algo errado e ajuda-lo a encarar as dificuldades.

A família muda com a chegada do diabetes, mas você precisa ser responsável em uni-la e torna-la uma equipe, e preparada para qualquer jogada.



Acima alguns amigos e membros de nossafamília, que tem feito nossas reuniões mais doces. Amamos vocês!



Variar... 

Essa é a palavra chave para espantar o tédio da alimentação no dia-a-dia das pessoas com diabetes. 
Aqui na família temos sempre alguém pronto a trazer uma sugestão e nessa semana, a sugestão foi da Vovó Margarida.











Na rua da minha sogra, todos os dias passa uma senhora gritando: "Olha a tapiooooooca!
A Bia sempre pergunta o que é, mas olhando atentamente a composição da tapioca semi-pronta, vimos que não contém açucar...então resolvemos testas essa receitinha para o lanche da tarde: a Bia adorou e a glicemia ficou sob controle, porém, só dei a tapioca.

Tapioca com geléia de amora.
Esta geleia é maravilhosa!

Ingredientes:
1/2 Copo americano de tapioca pronta;
2 Colheres de (sopa) de geleia de amora linea

Preparo:
Colocar a frigideira para aquecer e colocar a farinha de tapioca, espalhando bem na frigideira.
Usei esta marca
Depois de 1 minuto, vire como se fosse uma panqueca (eu usei um prato para isso).
Depois de mais 1 minutinho, retire e coloque em um prato e recheie com a geléia.

É comum ouvirmos falar sobre os cuidados com os pés, porém, mais expostas do que os pés, as mãos do diabético acabam ficando esquecidas.









Quando os índices glicêmicos estão altos, a circulação é afetada e existe uma resistência menor ás infecções. Cortes e fissuras podem ser porta de entrada tanto para bactérias como para fungos.

Infelizmente os fungos causam infecções que podem provocar danos, dolorosos e estéticos, e que em alguns casos são irreversíveis.

Mesmo com a glicemia sob controle, é nossa obrigação evitar infecções, através de cuidados que podem parecer banais, mas são muito importantes como lavar bem as mãos após contato com animais, mexer com sapatos que estão sujos, passeios em locais públicos como: hospitais, supermercados, parques, etc e principalmente evitar ferimentos nas mãos, por isso inclusive,  que não é recomendado tirar a cutícula. Mas calma! É possível deixar as mãos bonitas sem cortar a cutícula, observando alguns cuidados:



1) Substitua a tesoura pelas lixas para mantê-las do tamanho desejado;

2) Se for inevitável cortar as unhas, de preferência ao cortador de unhas, mas utilize-o com cuidado;

3) O melhor formato é o quadrado, com a lateralzinha arredondada pela lixa, pois evitar as famosas cutucadas nos cantos da unha;

4) Hidrate as mãos e empurre a cutícula delicadamente com uma espatula (de preferência de material plastico ou madeira);

5) Para retirar as cutículas sem corte, use cremes amolecedores de cutícula e em seguida passe de leve uma lixa na pele que estará mole;

6) Caso você prefira fazer as unhas na manicure, leve seu kit descartável com palito, linha e espatula e explique que você tem diabetes e precisa de cuidados diferenciados.

É muito importante também, manter as mãos sempre secas, pois a umidade facilita a proliferação de microrganismos. 

Se você é dona de casa, procure usar luvas para lavar louças ou roupas, de preferência as descartáveis.





Pessoas que tem diabetes, podem desenvolver problemas nas articulações, por isso observe sempre os movimentos de abrir e fechar as mãos e qualquer dificuldade, informe ao seu médico.

Esmaltes e removedores de esmaltes são liberados, então não há motivos para não deixar as mãos bonitas.

Prevenir doenças é nossa obrigação, entre nessa batalha você também.